Quando falamos em cultura organizacional, estamos indicando um conjunto de práticas, comportamentos, crenças e valores que se identificam dentro de um sistema organizado. A cultura organizacional pode estar baseada em elementos explícitos como manuais de regras, politicas e modo de conduta ou em aspectos implícitos, aqueles que estão internalizados nos colaboradores e aparecem em determinadas ações.

No cenário do futebol é raro encontrarmos clubes que possuem cultura organizacional sem depender de algumas pessoas chaves, normalmente os percursores dessa cultura. Práticas, comportamentos, crenças, estratégias e valores são personificadas e estão em constante mutação dentro dos clubes de futebol.

Grandes gestores, treinadores e jogadores abrilhantam constantemente o futebol, porém poucos clubes aplicam sua cultura nesses profissionais ou absorvem para posterior aplicação, suas metodologias e habilidades.. O que acontece quando o brilhantismo deixa o clube, é o aparecimento de resultados ruins e falta de continuidade.

Analisando alguns clubes do futebol mundial, percebemos que nem tudo é descontinuado e empírico nesse esporte. Clubes como Barcelona, Ajax, Bayern, Porto, Shakhtar Donetsk, Dinamo de Zagreb, Sevilla, Athletic de Bilbao,  Boca Juniors, Santos e alguns outros são organizações que possuem uma cultura bem definida, demonstrada pela continuidade de métodos de trabalho, estratégias, comportamentos, crenças e valores.

Podemos questionar alguns eventuais maus resultados apresentados pelos times citados, porém não se questiona que a cultura organizacional se mantém, independente das pessoas que estão ocupando as funções chaves da organização. Tais clubes teriam resultados melhores se abdicassem de sua cultura e utilizassem recursos financeiros e humanos para fazer aquilo que não é culturalmente aceito pelos seus stakeholders ?

Escrito por Giovani Dalla Valle – Consultor especialista em Gestão do Futebol