Atlético de Madrid – Controle do Jogo através da Compactação Defensiva
Atlético de Madrid e Bayern de Munique duelam hoje (03/05), pela partida de volta das semifinais da Champions League. Duas escolas totalmente diferentes de futebol, duas visões um tanto quanto distintas de praticar o jogo. De um lado Pep Guardiola, a posse de bola, toques rápidos, próximos e a verticalidade. Do outro, Diego Simeone, com suas possibilidades variadas de marcações, contra-ataques efetivos e rápidos. Inegavelmente, dois dos melhores e mais efetivos treinadores na atualidade.
Analisando a partida de ida que terminou com vitória do Atlético de Madrid por 1×0, vamos fazer uma reflexão sobre o modelo de jogo de Simeone, suas propostas e a escolha de entregar a posse de bola ao adversário e diminuir o espaço entre suas linhas defensivas.

Na imagem, o time espanhol está compactado e impedindo que o Bayern encontre espaços e chegue próximo do gol com troca de passes, forçando assim o cruzamento.
Quem tem maior volume de posse de bola, possui o controle do jogo, certo? Nem sempre. O Bayern de Munique teve um índice de 72% de posse de bola e 87% dos passes certos, mas suas melhores oportunidades vieram de jogadas que fugiram ao padrão de jogo da equipe, forçadas pela competentíssima marcação do time espanhol.
Desde que Diego Simeone chegou à equipe, foram disputados 256 jogos, e em 135 o Atlético conseguiu sair sem sofrer gols. Nesse período, foram conquistados um Campeonato Espanhol (2013-2014), uma Liga Europa (2011-2012), uma Supercopa da UEFA (2012), uma Copa do Rei (2012-2013), uma Supercopa da Espanha (2014) e um incrível vice-campeonato da Champions League (2013-2014), perdendo o título para o Real Madrid. Entregar a bola ao adversário, compactar o time, alterar entre uma marcação alta e pressionando o portador da bola e esperar o oponente tomar as ações ofensivas, são as principais armas do treinador argentino.

Na imagem, o Atlético monta suas linhas próximas e quebra as linhas de passe da equipe alemã, forçando-a a finalizar de longe.
Apesar das 14 finalizações na partida, o Bayern só levou perigo ao gol espanhol com oportunidades de longa distância, ou em bolas aéreas. Dentro das suas características, o Atlético foi impecável, eficiente nos contra-ataques e definiu o jogo, ainda no primeiro tempo, em uma jogada de velocidade, onde Saúl em ótima jogada individual chegou ao gol.
Com um grupo de atletas inferior ao dos principais clubes europeus, é louvável o trabalho feito na equipe espanhola, mostrando que é possível ser vitorioso, eficiente e controlar o jogo, mesmo sem ter o maior volume da posse bola.
Autor: Dener Mateus
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