Guia da Copa América – Grupo B – Como joga a Seleção do Haiti
O Haiti estréia na Copa América no dia 04. O jogo será contra o Peru e faz parte do calendário do Grupo B. Os demais adversários da seleção sul-americana serão Estados Unidos e Colômbia.
CONVOCADOS
GOLEIROS
Steward Ceus – Minnesota United – Estados Unidos – 29 anos
Luis Valendi Odelus – Aigle Noir – Haiti – 21 anos
Johny Placide – Reims – França – 28 anos
LATERAIS DIREITOS
Jean Sony Alcénat – Voluntari – Romênia – 30 anos
Stéphane Lambese – PSG – França – 20 anos
ZAGUEIROS
Reginal Goreux – Standard Liége – Bélgica – 28 anos
Judelin Aveska – Atlético Uruguay – Argentina – 28 anos
Romain Genevois – Nice – França – 28 anos
Mechack Jerome – Jacksonville Armada – Estados Unidos – 26 anos
LATERAIS ESQUERDOS
Alex Christian – Vila Real – Portugal – 23 anos
Kim Jaggy – Aarau – Suíça – 33 anos
VOLANTES
Kevin Lafrance – Chrobry Głogów – Polônia – 26 anos
Jean Marc Alexandre (Fort Lauderdale Strikers – Estados Unidos – 29 anos
Max Hilaire – Cholet – França – 30 anos
James Marcelin – Carolina RailHawks – Estados Unidos – 29 anos
Soni Mustivar – Sporting Kansas City – Estados Unidos – 26 anos
MEIAS
Pascal Millien – Jacksonville Armada – Estados Unidos – 30 anos
Sony Norde – Mohun Bagan- India – 26 anos
Wilde-Donald Guerrier – Wisła Kraków – Polônia – 27 anos
Jeff Louis – Caen – França – 23 anos
ATACANTES
Kervens Belfort – 1461 Trabzon – Turquia – 24 anos
Jean-Eudes Maurice – Hà Nội T&T – Vietnã – 29 anos
Duckens Nazon – Laval – França – 22 anos
TIME BASE
A equipe treinada pelo francês Patrice Neveu, demonstra boa disposição defensiva e regular qualidade ofensiva. Seu jogo é baseado em linhas compactas na fase defensiva e tentativas de explorar movimentações lado/centro na fase ofensiva. A plataforma tática utilizada pode variar do 3-5-2 para o 4-4-2, passando por 3-4-3, 4-1-2-3 ou 4-2-3-1.
Na primeira linha, o Haiti conta com zagueiros de boa força física e razoável velocidade. Jerome, Genevois e Goreaux normalmente disputam 02 vagas ou jogam juntos quando a primeira linha é composta por 03 ou até mesmo 05 defensores. O lateral direito Alcénat também atua em linhas mais avançadas, sendo um jogador de bastante projeção ofensiva e realizando funções de ala.
Na segunda linha, o treinado francês opta por 03 jogadores posicionados em um triangulo invertido. Normalmente um fica em posição central, enquanto dois são responsáveis por utilizar o corredor entre o meio e a lateral. Jean Alexandre, Kevin Lafrance, Marcelin e Hilaire disputam 03 vagas. No amistoso preparatório contra a Colômbia, foram utilizados Lafrance centralizado e Hilaire e Marcelin pela esquerda e direita respectivamente.
Patrice Neveu costuma utilizar 03 homens na última linha, entretanto a movimentação durante o jogo não fixa esses em posição avançada. Louis e Guerrier são os construtores do jogo e normalmente partem de posição de amplitude em direção ao centro para construir. O primeiro é um jovem bastante habilidoso e com características mais de armação de jogo. Guerrier tem boa qualidade mas também pode ser utilizado como atacante e cumpre funções mais defensiva e de recomposição do que Louis. Jean Maurice também é utilizado nessa faixa do campo, entretanto podendo atuar também centralizado no comando de ataque.
No comando de ataque, o Haiti conta com Kevin Belfort e Nazon que jogam no futebol turco e francês respectivamente. Os dois disputam uma vaga e Belfort está em pequena vantagem desde a chegada do treinador Neveu.
ESTATÍSTICAS
O Haiti, no período de 01 ano, realizou 13 jogos. Foram 05 vitórias contra 06 derrotas e 02 empates. Foram marcados 13 gols e sofridos 11.
Em média, o Haiti troca 392 passes por jogo e acerta 76% deles. Desses 392, 11 são de rupturas ou seja, aquelas que quebram linhas.
A Seleção Haitiana chuta 15 vezes por jogo, em média. Desses 15 chutes, 07 obrigam o goleiro adversário a realizar defesas.
Normalmente a equipe detém 52% da posse de bola em cada jogo e comete 24 faltas. São realizados 34 dribles por jogo, apresentando um aproveitamento de 53% das tentativas.
Em média, a equipe disputa 181 bolas por jogo e vence 52% dos duelos. São realizados 37 desarmes por partida, apresentando um aproveitamento de 43% das tentativas.
Trata-se de um equipe que vence a maioria dos duelos pelo alto. Em média, a Seleção do Haiti disputa 64 enfrentamentos desse tipo por jogo e vence 61% deles.
FASE DEFENSIVA
A equipe comandada por Patrice Neveu adota uma postura bastante sólida na fase defensiva. Seu jogo defensivo é baseado na boa compactação de linhas, marcação zonal, tentativas de fechamento de espaço na saída de bola adversária e pequenos deslocamentos para abordar o adversário.
Nos momentos iniciais da fase defensiva, a equipe haitiana busca dificultar a saída de bola adversária. Essa ação é realizada com o deslocamento de um volante da segunda linha e a centralização de um extrema que acompanha o balanço da bola. Desse modo, tenta-se criar confusão na saída de bola pressionando o portador e fechando as opções de passe.
Hilaire e Marcelin são dois volantes que sabem avançar a marcação e pressionar o adversário. São jogadores de boa saída, mobilidade e que jogam no corredor entre a lateral e o centro.
Nos momentos intermediários, a equipe haitiana continua buscando a recuperação da bola. Trata-se de um equipe que se posta bem, entretanto evita controlar defensivamente o jogo e visa desconstruir rapidamente a jogada adversária.
Normalmente se fecha em um 4-2-3-1 e tenta evitar espaços entrelinhas. Para que isso acontece, a equipe busca compactar as linhas e principalmente abordar o adversário com a bola. A terceira linha é normalmente ocupada por um dos três volantes da equipe que, em situações intermediárias, avança e ocupa posição nesse setor.
Os laterais guardam posição na primeira linha defensiva e raramente realizam deslocamentos para abordagens ou avanços de marcação. O lateral direito Alcénat pode também atuar como ala ou meia, entretanto sabe manter o posicionamento recuado quando joga em uma linha de 04 defensores. Pela esquerda, Jaggy tem características mais defensivas e reage com naturalidade às funções do setor.
Em momentos finais da fase defensiva, o Haiti costuma por vezes utilizar uma plataforma 5-1-3-1. Esse tipo de postura defensiva é acionada quando Alexandre se posiciona entre os zagueiros. Desse modo, um dos volantes assume a entrelinha e o outro junta-se aos extremas e completa a terceira linha.
Patrice Neveu demonstra ser um treinador que sabe trabalhar com o material humano possível. Apesar de ser uma equipe com baixa qualidade técnica, o Haiti adota mecanismos de defesas interessantes mesmo pecando na execução em alguns momentos.
FASE OFENSIVA
O Haiti não conta com grandes destaques individuais, aqueles jogadores capazes de decidir uma partida. Entretanto tem valores razoáveis e que conseguem empregar relativa qualidade nas ações ofensivas. Normalmente, o Haiti não é uma equipe que circula a bola com calma, preferindo ligações diretas e conduções em velocidade.
A saída de bola pode ser executada pelos zagueiros, diretamente para os atacantes. Belfort é o centroavante que costuma recuar e fazer o trabalho de pivô. Louis atua pela direita mas constantemente circula em função da bola, aparecendo em todos os setores no penúltimo e último terço. É dele também a responsabilidade de receber um passe direto do zagueiro e iniciar a construção. Guerrier atua parecido com Louis, entretanto é mais vertical e menos armador.
A movimentação dos volantes também leva o Haiti ao campo ofensivo. Quando a bola não sai direta para os atacantes ou extremas, os volantes a conduzem em direção ao último terço. Nesse caso, o extrema do lado oposto a bola realiza a centralização para abrir espaço ao lateral. O extrema do lado da bola e o centroavante esperam a melhor oportunidade para acelerar após o passe em profundidade.
Os volantes têm papel fundamental na construção de jogo e principalmente nas transições ofensivas. São jogadores que possuem boa saída e mobilidade, entretanto não são meio campistas de refino técnico. Dessa forma, podem ser importantes para a condução de bola até os jogadores de mais qualidade como Louis ou Guerrier.
Patrice Neveu está conseguindo manter a Seleção do Haiti com um modelo de jogo dotado de alguns mecanismos interessantes. Trata-se de uma equipe um pouco afobada na tomada de decisão, mas que vem evoluindo bem.
O lateral Alcénat se projeta de forma efetiva no último terço. Trata-se de um jogador com boa aceleração e razoável qualidade técnica. Sua movimentação é acionada quando Louis parte em direção ao centro para organizar o jogo, abrindo espaço no corredor direito. Esse tipo de movimento acontece também pelo lado esquerdo, entretanto com menos ímpeto devido as características menos ofensivas do lateral Jaggy.
Autor: Giovani Dalla Valle
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